ATA DA REUNIÃO DE INSTALAÇÃO DA QUARTA COMISSÃO REPRESENTATIVA
DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 07-01-2004.
Aos sete dias do mês de janeiro de dois mil e
quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e
trinta minutos, foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores
Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel,
Margarete Moraes, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Zé Valdir, Titulares. Ainda,
durante a Reunião, compareceram os Vereadores Cláudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Carlos Pestana, Isaac Ainhorn, Sebastião Melo e Valdir Caetano,
Titulares, e a Vereadora Maria Celeste, Não-Titular. Constatada a existência de
quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos e determinou a
distribuição em avulsos de cópias da Ata da Vigésima Reunião Ordinária da
Terceira Comissão Representativa que, juntamente com as Atas da Décima Quinta,
Décima Sexta, Décima Sétima, Décima Oitava e Décima Nona Reuniões Ordinárias da
Terceira Comissão Representativa, foi aprovada. Também, foram apregoados os
seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de nº 667/03,
encaminhando Veto Parcial ao Projeto de Lei do Executivo nº 041/03 (Processo nº
5344/03); de nº 684/03, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 015/03
(Processo nº 7085/03); de nº 685/03, encaminhando Veto Total ao Projeto de Lei
do Complementar do Legislativo nº 011/03 (Processo nº 2623/03); de nº 686/03, encaminhando
Veto Parcial ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03 (Processo nº
5348/03). Ainda, foi apregoado o Ofício nº 17380/03, de autoria do Tribunal de
Contas do Estado do Rio Grande do Sul, relativo ao processo de Prestação de
Contas do exercício de mil novecentos e noventa e seis, do Município. Do
EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 013/03, do Vereador Carlos Alberto Garcia,
Presidente da Comissão Especial constituída para tratar do uso de bebidas
alcoólicas e drogas, exploração sexual e situação de rua de crianças e
adolescentes na Cidade de Porto Alegre; 022/03, do Vereador Elias Vidal,
Presidente da Comissão Especial constituída para tratar do assunto de combate
às drogas e à violência. Na ocasião, o Vereador Reginaldo Pujol formulou
Requerimento verbal, deferido pela Senhora Presidenta, solicitando fossem
distribuídas aos Senhores Vereadores cópias do teor dos Vetos encaminhados pelo
Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, referidos anteriormente. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Zé Valdir reportou-se à honra em ser o primeiro orador
a discursar sob a presidência da Vereadora Margarete Moraes. Ainda, teceu
críticas ao Governo Estadual pela condução da política de segurança pública,
afirmando que atualmente a imprensa não tem tratado dessa questão com a mesma
ênfase com que abordava o assunto durante o período em que o Partido dos
Trabalhadores esteve à frente do Governo do Estado. O Vereador Reginaldo Pujol
replicou o discurso realizado pelo Vereador Zé Valdir, no que se refere ao
combate da criminalidade por parte do Governo do Estado. Também, analisou
problemas verificados em Porto Alegre na área do trânsito e do abastecimento de
água e argumentou que o Partido dos Trabalhadores, em âmbito federal, não tem
governado de acordo com propostas feitas durante a campanha eleitoral para a
Presidência da República. Na oportunidade, constatada a existência de quórum,
foi aprovado Requerimento verbal, de autoria do Vereador Carlos Pestana,
solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. A seguir,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo nº 001/04
(Processo nº 0175/04). Foi aprovado o Requerimento nº 005/04 (Processo nº
0119/04 - Período de Comunicações destinado à comemoração dos cem anos do
Colégio Rosário), de autoria do Vereador Beto Moesch, após ser encaminhado à
votação pelo Vereador Reginaldo Pujol. Na ocasião, o Vereador Ervino Besson
manifestou-se acerca da votação do Requerimento nº 005/04. Foi aprovado o Requerimento
nº 009/04 (Processo nº 0154/04 - Período de Grande Expediente destinado à
comemoração dos dez anos do Shopping Lindóia), de autoria do Vereador Elói
Guimarães. Foi aprovado o Requerimento nº 001/04 (Processo nº 031/04 - Período
de Grande Expediente destinado à comemoração dos vinte e cinco anos do
Movimento de Justiça e Direitos Humanos - MJDH), de autoria do Vereador João
Bosco Vaz. Na oportunidade, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se acerca da
realização dos períodos de Comunicações e Grande Expediente, em função da
possibilidade de aprovação de alterações no Regimento. Foi aprovado o
Requerimento nº 003/04 (Processo nº 0108/04 - Período de Comunicações destinado
à comemoração dos setenta e cinco anos do Grêmio Náutico União, dos sessenta
anos do Teresópolis Tênis Clube e dos sessenta anos do Clube Farrapos), de
autoria do Vereador João Bosco Vaz. Na oportunidade, face manifestações do Vereador
Reginaldo Pujol, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca do teor do
Requerimento nº 003/04. Foi aprovado o Requerimento nº 002/04 (Processo nº
0075/04 - Período de Comunicações destinado a homenagear o Atelier Livre da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre), de autoria da Vereadora Margarete Moraes.
Foi aprovado o Requerimento nº 211/03 (Processo nº 7064/03 - Sessão Solene em
homenagem aos cinqüenta anos da Feira do Livro de Porto Alegre), de autoria do
Vereador Raul Carrion. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Raul Carrion registrou o
aniversário da Escola de Samba Imperatriz Dona Leopoldina, comunicando que a
festa de comemoração será hoje à noite na quadra dessa Escola. Ainda,
referiu-se a medidas do Governo Federal para favorecer o acesso de
afro-brasileiros às universidades públicas e manifestou-se favoravelmente em
relação às políticas implantadas pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva,
Presidente da República. O Vereador João Carlos Nedel examinou o Veto Parcial
aposto pelo Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre ao Projeto de Lei do
Complementar do Executivo nº 009/03, que trata do Imposto Sobre Serviços de
Qualquer Natureza - ISSQN. Também posicionou-se a respeito de atrasos em obras
públicas na Cidade e teceu considerações sobre a necessidade de que sejam
incentivadas as políticas de desenvolvimento do turismo em Porto Alegre. O
Vereador João Antonio Dib, lembrando acordos políticos que levaram à eleição da
Mesa Diretora em anos anteriores, discorreu acerca de sua gestão como
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre durante o ano de dois mil e
três. Nesse contexto, reiterou seu posicionamento de oposição ao Governo
Municipal do Partido dos Trabalhadores e contraditou pronunciamentos que
questionavam sua atuação à frente deste Legislativo. O Vereador Ervino Besson,
externando votos pessoais de sucesso à nova composição da Mesa Diretora para o
ano de dois mil e quatro, enfocou a sanção da Lei nº 9.189/02, originária de
Projeto de sua autoria, que dispõe sobre a afixação de cartazes em lugares
públicos, alertando para os perigos de propagação da leptospirose. Sobre o
assunto, leu mensagem de correio eletrônico, na qual é relatada a morte de um
homem por leptospirose, após contato com uma lata de cerveja mal lavada. A
Vereadora Clênia Maranhão, avaliando a importância da presente Reunião, pela
primeira vez presidida por uma mulher, questionou pronunciamentos anteriores,
realizados pelos Vereadores Zé Valdir, Raul Carrion e João Antonio Dib. Nesse
aspecto, declarou que o papel primordial deste Legislativo é cuidar dos
interesses da Cidade no momento atual e contestou as ações do Executivo
Municipal no atinente às questões da habitação, saúde e atendimento a menores
carentes. O Vereador Sebastião Melo cumprimentou os novos integrantes da Mesa
Diretora e as Diretorias desta Casa e respondeu às afirmações feitas pelo
Vereador Raul Carrion, que defendeu as políticas executadas pelo Governo
Federal. Nesse sentido, argumentou que o Senhor Luiz Inácio Lula da Silva segue
o modelo de administração do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso,
denunciando especialmente os problemas de desemprego, aumento de tributos e
gastos do Governo Federal. O Vereador Carlos Pestana criticou o Vereador Sebastião
Melo por falta de coerência político-partidária em seus discursos, lembrando
que o Líder da Bancada do PMDB nesta Casa defendeu a aprovação do Projeto de
Lei que institui no Município de Porto Alegre contribuição para custeio de
iluminação pública. Ainda, alegou que Sua Excelência não assume posicionamento
claro em relação às reformas previdenciárias propostas pelo Governo Estadual.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo discursou sobre os problemas
que, segundo Sua Excelência, o Partido dos Trabalhadores transferiu ao atual
Governo do Estado, citando, como exemplo, a questão do repasse de verbas para o
Instituto de Previdência do Estado - IPE. Também, pronunciou-se sobre
incoerências ideológicas do Partido dos Trabalhadores e ressaltou que o
Governador Germano Rigotto tem aprovação da maioria dos gaúchos. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Alberto Garcia analisou dados econômicos
divulgados pela Fundação de Economia e Estatística - FEE, referentes ao mês de
novembro de dois mil e três, destacando a redução no índice de desemprego e o
crescimento da média salarial da Região Metropolitana e observando, por outro
lado, ter havido índices negativos na oferta de empregos em empresas privadas e
junto a profissionais autônomos e negócios de administração familiar. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson declarou seu apoio ao trabalho
realizado pelo Senhor José Otávio Germano junto à Secretaria Estadual da
Justiça e da Segurança, salientando dificuldades enfrentadas por essa Secretaria,
no referente à falta de recursos humanos e materiais. Ainda, defendeu uma maior
integração, em nível nacional, entre os diferentes órgãos responsáveis pelo
combate à criminalidade e à violência. Às onze horas e cinqüenta e quatro
minutos, nada mais havendo a tratar, a Senhora Presidenta declarou encerrados
os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária de amanhã,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete
Moraes e pelo Vereador João Carlos Nedel e secretariados pelo Vereador João
Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada
a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por
mim e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Estão abertos os trabalhos da presente Reunião.
O SR. REGINALDO PUJOL
(Requerimento): Srª Presidenta, há dois vetos parciais ao Imposto Sobre Serviço de
Qualquer Natureza e também ao Orçamento Municipal, que foram anunciados, e é
relevante que se tenha, o mais breve possível, o conhecimento do teor desses
vetos, para sabermos qual o alcance e quais as matérias vetadas. Eu solicitaria,
então, a V. Exª que, tão logo seja possível, a Diretoria Legislativa
providencie a distribuição do texto desses dois vetos para conhecimento
especialmente para as Lideranças da Casa.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Aceito a sua sugestão. A Diretoria Legislativa
providenciará essas cópias imediatamente.
Quero
registrar, também, a presença do Ver. Cláudio Sebenelo.
Passamos
às
COMUNICAÇÕES
Avisamos
que hoje a prioridade será dos titulares, por 10 minutos, com direito a aparte.
O Ver.
Zé Valdir está com a palavra em Comunicações.
O SR. ZÉ VALDIR: Srª Presidenta, é a
primeira vez que esta saudação é feita com o gênero feminino nesta Casa, o que
é uma conquista da Cidade de Porto Alegre. Quero saudar V. Exª, nesta primeira
Sessão de trabalho – digamos assim –, na qual eu tenho a honra de ser o
primeiro orador inscrito dirigido por Vossa Excelência.
Faltou,
Ver. João Antonio Dib, dizer uma coisa em todos os discursos na última vez: que
V. Exª foi o primeiro Vereador-Presidente homem a transmitir o cargo para uma
mulher nesta Câmara. Faltou dizer isso. É também um fato inédito, decorrente
dessa conquista da Cidade de Porto Alegre, que foi a de colocar uma mulher na
presidência.
Eu
tenho recebido no meu gabinete constantes denúncias, cada vez mais graves,
sobre a questão da segurança. Eu estou colocando isso aqui, porque esse é um
assunto da Cidade de Porto Alegre. Aliás, deveria ser um assunto prioritário e
tratado com o mesmo entusiasmo, com a mesma veemência por todos os Vereadores -
especialmente pelos Vereadores que hoje, em nível estadual, são representantes
do Governo Rigotto -, com a mesma ênfase, com o mesmo entusiasmo, com a mesma
combatividade com que tratavam desse tema no tempo do Olívio Dutra, quando o
companheiro Olívio Dutra era Governador do Estado.
Por
que eu digo isso? Que a situação no Estado e em Porto Alegre especialmente
está-se tornando muito grave? Eu tenho recebido denúncias de lideranças
comunitárias, de várias lideranças - uma delas saiu nos jornais, mas é apenas a
ponta do iceberg -, sobre situações
em determinadas comunidades, na quais os chefes do tráfico estão-se impondo
sobre o movimento comunitário. O exemplo do Timbaúva, como eu disse, é apenas a
ponta do iceberg. Eu digo isso,
porque há que se fazer um registro aqui!
Eu
sei que os setores da imprensa comprometidos com o Governo Rigotto não gostam
que se façam críticas, e tomam toda crítica a esses setores da imprensa como
afronta à liberdade de expressão, como afronta à liberdade de imprensa; como se
a liberdade de imprensa fosse uma coisa absoluta, como se a liberdade de
imprensa não tivesse de ser também harmonizada com as outras liberdades
democráticas, inclusive com o direito das pessoas, quando esse direito é
agredido, muitas vezes, por alguns jornalistas irresponsáveis. E as pessoas têm
o direito subjetivo de recorrer à jurisdição do Estado para fazer valer o seu
direito, mesmo que seja contra a imprensa. Isso é um direito democrático e não
é uma agressão à liberdade de imprensa. Mas, vejam por que eu estou dizendo isto.
Porque, quando o Olívio era Governador, nunca aconteceu - nunca aconteceu! - de
lideranças comunitárias serem ameaçadas, porque estivessem fazendo reuniões nas
vilas, pautando a questão da segurança. Nunca aconteceu isso! A prova disso é
que lá na Grande Santa Rosa nós criamos um movimento, que vigorou nos últimos
dois anos do Governo do Olívio, tratando e pautando a questão da segurança,
criando o Conselho Popular. Nós nos articulamos, e nunca recebemos uma ameaça!
Porque o tráfico estava sendo combatido inclusive dentro da polícia com o
combate à banda podre da polícia.
E
vejam qual era a atitude, não da imprensa, de alguns setores da imprensa, que
eu cito: especialmente Mendelski e Lasier Martins. Era a de sistematicamente
denunciar que Porto Alegre estava-se tornando igual ao Rio de Janeiro. Porto
Alegre estava-se tornando igual ao Rio de Janeiro: as gangues estavam tomando
conta, o tráfico estava tomando conta! No entanto, nós nos reuníamos, tínhamos
um movimento articulado com a Polícia Civil, com a Brigada Militar
participando. E nunca fomos ameaçados!
Esse
movimento todo foi desarticulado. Agora a gente convoca a Brigada, a gente
convoca a polícia, eles riem da cara da gente e não vão. Há uma burocracia para
levar um ofício, como a que eu enfrentei, como Secretário da Associação de
Moradores da Nova Gleba, há pouco tempo. Não se consegue! E as lideranças
passam a serem ameaçadas.
E
qual é a atitude desses grandes comunicadores? Simplesmente não falam. Ou, se
falam, apenas relatam o fato como se fosse obra do acaso, da fatalidade, como
se fosse um fenômeno sem causa, agora sem responsáveis. Não há uma vírgula de
crítica ao Governo. Agora está tudo normal! Agora não se anuncia mais que nós
estamos parecidos com o Rio de Janeiro. Não se anuncia mais! Tudo normal!
Nesta
Casa há um silêncio sepulcral. Os Vereadores de Oposição, que diziam que Porto
Alegre estava um caos, não falam mais, seguindo, talvez, a orientação do
Sirotsky que, quando esteve nesta Casa, falou que o Centro de Porto Alegre era
um problema e não falou uma vírgula - nem ele, nem o Lasier - sobre segurança.
Denunciou a gravidade do problema do Centro, dos camelôs, disso, daquilo, do
abandono do Centro, mas não falou em problema de segurança. Tanto que eu saí
daqui, fui comprimentá-lo e disse: “Estou com saudade de ouvir vocês falarem em
segurança”, e ele disse: “Ah, foi um lamentável engano, um esquecimento”.
Mas,
seguindo essa mesma conduta, esta Casa e os Vereadores que poderiam nos ajudar
na questão de segurança por serem do Governo Rigotto não dizem nada sobre isso!
Consegui, a muito custo, tirar o Coronel do silêncio, fazê-lo uma vez falar e
debater sobre segurança comigo uma vez. E foi só, também. Não consegui mais
nada; mais nada!
Isso
é muito sério, é muito sério! Nós estamos vivendo, hoje, um problema grave de
Segurança. Abandonou-se toda a limpeza que se estava fazendo dentro da Polícia,
o combate à banda podre da Polícia, porque todo esse problema da segurança
passa também por dentro dos órgãos policiais. Tudo isso foi abandonado. Fizeram
aquela CPI da segurança, CPI eleitoreira, que deu no que deu. Não se fala mais
nada, foi tudo arquivado, porque não havia a mínima responsabilidade ou
respeitabilidade sobre as conclusões daquela CPI. A imprensa agora só relata os
fatos, não faz mais nenhum comentário crítico; nesta Casa há um silêncio
sepulcral, e a situação está cada vez mais grave. Agora, o tráfico está
começando a constranger, a ameaçar e a agredir as lideranças do movimento
comunitário. Uma situação grave, mas como esse é um Governo do faz-de-conta,
apoiado por setores da grande mídia, não se fala mais nada e parece que está
tudo normal em Porto Alegre; como parece que é normal também não se cumprir a
promessa do posto médico a cada quilômetro, não se fala mais nada dos pardais
que elegeram o Záchia Deputado. Não se fala mais nada em tirar os pardais;
mantiveram os mesmos, inclusive aumentaram o preço dos pedágios. Não se fala
mais nada sobre isso tudo que foi tema na campanha.
Tudo
isso, e, para o décimo terceiro salário dos funcionários, tendo de recorrer ao
Banrisul - uma coisa que nunca havia acontecido na história do Estado. Recorrer
ao Banrisul, pedir empréstimo para pagar o décimo terceiro!
(Aparte
anti-regimental do Ver. Ervino Besson.)
Não,
essa desculpa... Culpando o Olívio, um ano depois, não cola mais! Um ano
depois, não cola mais a desculpa do Olívio! Façam como o Lula, nós estamos
governando, não estamos culpando o Fernando Henrique, nós estamos assumindo os
problemas e os resolvendo. Vão ficar eternamente culpando o Olívio, mas o que é
isso? Paguem o décimo terceiro salário dos funcionários e não recorram ao
Banrisul! E não culpem o Olívio! Parem com essa bobagem!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Anuncio a presença da Verª Clênia
Maranhão, do Ver. Carlos Pestana e da Verª Maria Celeste.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidenta, Srs.
Vereadores, acho que as mudanças que esta Casa presenciou na última
segunda-feira, ainda que significativas, não alteraram as nossas rotinas. O
primeiro discurso desta Comissão Representativa é do Ver. Zé Valdir que está
com saudades de falar do FMI, está com saudades de repetir o discurso que, ao
longo de toda a sua trajetória política, ele proferiu, e que agora cobra dos
Vereadores que integram os Partidos que compõem o Governo Rigotto, respostas às
suas indagações, que não têm outro sentido senão modificar e pautar o debate
nesta Casa, fora do Município e fora do Brasil. O Ver. Zé Valdir parece que
quer ver o Brasil e Porto Alegre fora de um conjunto onde se inserem realidades
que nós todos estamos vivendo.
Ora,
estamos num País, cuja mudança preconizada pelo Partido dos Trabalhadores,
durante longos anos, durante toda a sua existência, não se concretizou e, ao
contrário, os seus dirigentes, o Presidente da República, hoje, parece um
discípulo do Adam Smith, absolutamente integrado nas políticas neoliberias que
foram objeto do combate constante do Partido dos Trabalhadores. Agora, vejam os
senhores, vejam as senhoras, que o Ver. Zé Valdir reclama da Segurança Pública
no Rio Grande do Sul, exatamente num dia em que o esforço policial começa a
desvendar algumas das situações de criminalidade existente neste Estado e que
hoje são reconhecidas como existente e que se busca coibir.
O
nosso discurso, quando na oposição ao Governo Olívio, era exatamente de que
existia uma complexidade teórica entre as autoridades, que tinham que reprimir
a criminalidade, com a criminalidade em si. Se procurava justificar a
criminalidade quando nós sustentávamos que a criminalidade tinha de ser
combatida. Se não tenha sido o nosso aparelho policial desmotivado por longo
tempo, se não está sendo suficientemente eficiente neste momento, pelo menos há
de se reconhecer claramente que há um compromisso em tentar enfrentar o crime
organizado, desorganizado, de qualquer ordem. Todas essas manifestações
criminais negativas que agridem a sociedade têm sido constantemente
enfrentadas, e com muito sucesso, em várias oportunidades.
Ainda
hoje o jornalista Paulo Sant’Ana faz referência a esse fato. Eu não sou
Vereador de vir para tribuna ler jornal, cada um lê na sua casa. Está escrito
aqui, quem quiser que leia o Paulo Sant’Ana abaixo desse comentário onde ele
fala que a Emília acerta na mosca e traz informações que já são do domínio
público, Ver. Cláudio Sebenelo.
Agora,
Ver. Zé Valdir, da mesma forma que V. Exª está reclamando essa mudança de
discurso que não houve, eu, por exemplo, não tenho nem esse tipo de
responsabilidade com o Governo Rigotto, afinal de contas, o meu Partido não tem
Secretários nesse Governo. Nós fomos solidários com a candidatura do Germano
Rigotto no segundo turno. O meu candidato, candidato do meu Partido, candidato
da Verª Clênia Maranhão, foi o ex-Governador Antônio Britto, continua sendo
aquela pessoa que eu julgava mais qualificada para vir assumir o Governo do
Estado. Nós optamos pelo Governador Rigotto, no segundo turno, numa opção
natural e excludente. O PPS, Partido do Governador Antônio Britto não participa
desse Governo; o PFL foi homenageado com um cargo oferecido a uma figura
destacadíssima da vida pública do Rio Grande do Sul no Banco Regional de
Desenvolvimento do Extremo Sul, que é o Deputado Germano Bonow e nisso
terminou. Então, eu não teria obrigação de vir defender um Governo em que o meu
Partido é simplesmente homenageado. O que eu estou fazendo não é defender o
Governo, é defender a verdade, o que está acontecendo. Eu sei que o PP, Partido
do Deputado José Otávio Germano, Secretário de Segurança Pública, com muito
mais vigor vai defender a sua atuação, porque o conhece na intimidade. Eu
conheço pelas informações que tenho, que são altamente favoráveis à atuação do
Deputado José Otávio Germano.
Agora,
já que nos cobram essa postura, eu vou cobrar do PT que explique esse seu
casamento com o Fundo Monetário Internacional; que explique o fato de estar
festejando, hoje, a subida da bolsa, a vitória do capitalismo especulativo; a
circunstância de que, nas atividades econômicas que deram resultado, neste
País, e que estão sendo festejadas como sintoma de crescimento econômico, só
para as instituições financeiras, que festejam um ano em que só os banqueiros
tiveram lucro, tudo aquilo que o PT, quando não era Governo, combatia e que
agora festeja. Festeja a estabilidade econômica que duplicou o desemprego neste
País!
Então,
este País em que nós estamos vivendo, onde existe, entre as Unidades da
Federação, o Estado do Rio Grande do Sul, que tem problemas na área da
Segurança Pública, em que o seu Secretário e as autoridades policiais buscam
enfrentar, este País está enfrentando a maior crise recessiva que já teve
conhecimento na sua história. Nosso crescimento, no ano passado, com boa
vontade chega a 0,2%. Este é o País comandado pelo Presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, do Partido dos Trabalhadores, com o apoio de várias outras
agremiações políticas que, certamente, também, hão de ser solidários com os
festejos petistas a respeito dos resultados do primeiro ano de Governo da sua
Administração.
Por
isso, ilustre Vereadora-Presidenta da Casa, nós gostaríamos, no nosso primeiro
pronunciamento, de fazê-lo concentrado com esse novo momento que V. Exª
representa dentro do conjunto do Legislativo de Porto Alegre. Mas não fugimos à
boa luta!
O
Ver. Zé Valdir, com esse seu charme pessoal de grande líder comunitário que foi
e que é, nos trouxe para o debate. Agora, Vereador, não se esqueça também das
nossas mazelas de Porto Alegre, bastou fazer uns dias quentes na Cidade de
Porto Alegre e está faltando água em várias áreas da Cidade, inclusive lá na
sua Zona, V. Exª sabe. Há gente que não conseguiu tomar banho no fim do ano,
porque faltou água! O nosso trânsito continua caótico! Os compromissos com esta
Cidade de Porto Alegre de mandar para este Legislativo há dois anos o novo
Sistema Viário não veio. Não veio e não sei quando virá, ilustrado Líder
Pestana, que hoje debuta no bom debate, e certamente vai qualificá-lo como já o
qualificou o seu antecessor, o Ver. Marcelo Danéris. Mas, no resto, Ver. Zé
Valdir, não vamos cobrar esquecimento ou mudança de postura de quem quer que
seja, quando nós mesmos estamos mudando de posturas. Vamos discutir de novo o
FMI. O maldito FMI! O maldito FMI! O capital especulativo; a política dos
juros, que só favorecem os banqueiros; vamos discutir os lucros do Bradesco; os
lucros dos grandes conglomerados econômico-financeiros deste País, que foram os
únicos a festejar resultados positivos no País do Luiz Inácio Lula da Silva, no
País do Partido dos Trabalhadores. Era isso, Srª Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. CARLOS PESTANA (Requerimento): Senhora Presidenta, Margarete Moraes, eu
queria requerer, já feito o acordo com os presentes, a inversão da ordem dos
trabalhos para que possamos votar a viagem do Sr. Prefeito.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação Requerimento de autoria do
Ver. Carlos Pestana, para a inversão na ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Havendo
quórum, passamos à
PROC. Nº 175/04 – PROJETO DE DECRETO
LEGISLATIVO Nº 001/04,
que autoriza o Prefeito Municipal a
ausentar-se do País, de 14 a 23 de janeiro de 2004, para viajar para a Índia.
Parecer:
- da 4ª Comissão Representativa, pela
aprovação.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Processo nº 175/04 – PDL nº 001/04, de 6
de janeiro de 2004, que autoriza o Prefeito Municipal a ausentar-se do País de
14 a 23 de janeiro de 2004 para viajar à Índia. Há necessidade da leitura do
Requerimento?
Em
votação o PDL nº 001/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento nº 005/04, de autoria do Ver. Beto Moesch, que solicita
período de Comunicações da Sessão Plenária do dia 16 de setembro de 2004 para
assinalar o transcurso do centésimo aniversário do Colégio Rosário. (Pausa.) O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 005/04 de autoria do Ver. Beto Moesch.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidenta e Srs. Vereadores, esta é
a primeira Sessão da Comissão Representativa e nós já estamos marcando Sessão
Solene para setembro do corrente ano. O Ver. Beto Moesch, tempestivamente, se
antecipa a qualquer situação e busca estabelecer uma homenagem ao Colégio
Rosário, que festejará, penso eu, 50 ou 100 anos, nesta data de 16 de setembro,
em plena Semana Farroupilha.
Nós
sabemos que a Lei vigente neste Município estabelece que, obrigatoriamente, a
Casa faça uma Sessão Solene o mais próximo possível do 20 de setembro - assim
está escrito na Lei - para homenagear a jornada gloriosa dos épicos
farroupilhas, dos nossos antepassados, que criaram e moldaram essa fisionomia
da extrematura meridional da Pátria.
Então,
o que quero é chamar a atenção da Casa, no bom sentido, é do risco que temos
de, de forma um tanto quanto descontrolada, irmos, desde já, desde o início do
ano, saturando a nossa Ordem do Dia, ou melhor, saturando a Pauta dos
trabalhos.
Nós
vivemos, nesse ano que passou, e todos nós vivenciamos essa situação, momentos
em que, num mesmo dia, nós tínhamos quatro ou cinco solenidades diferentes,
entre Atos Solenes, Sessões Solenes e coisas dessa ordem.
Eu
penso que ninguém em sã consciência vai querer negar ao Ver. Beto Moesch, que
provavelmente tenha sido aluno do Colégio Rosário, a oportunidade de homenagear
esse educandário de tão importante presença no ensino e na formação cultural de
milhares de pessoas que por lá transitaram, ali na Praça Dona Sebastiana, onde
funciona historicamente o Colégio Rosário, e que, por longo tempo, funcionou a
Pontifícia Universidade Católica, onde nós, inclusive, tivemos a oportunidade
de iniciar os nossos cursos superiores de Ciências Jurídicas e Sociais,
especialmente. Recebemos aulas, inicialmente, naquele local.
Por
isso, eu quero, ao tempo em que antecipo o meu voto favorável, alertar a
Presidência da Casa sobre o risco que nós temos, nesse ano que se inicia, de
vermos repetida uma saturação na nossa Pauta de trabalhos, que tem sido, não
por vontade da Mesa, não por vontade de quem quer que seja, mas pelas próprias
circunstâncias, a constante vivida na Casa nos últimos anos.
Eu
até me arvoraria o direito de sugerir que se buscasse, por meio de uma
composição com o Colégio de Líderes, com os dirigentes da Casa, uma forma de se
evitar e de se criar uma condição pela qual não houvesse essa saturação que
ocorreu na Casa no ano que findou com a série de homenagens que se realizavam
quase que coincidentemente.
E eu falo com tranqüilidade, porque não sou daqueles que vêm
aqui e apóiam a realização de Sessão Solene, e depois não comparecem; eu sou
assíduo freqüentador dessas Sessões e delas participo com intensidade. E não
logrei, durante esse ano, poder participar de todas como eu queria, até porque
muitas se realizavam quase que coincidentemente em lugares diferentes. Várias
se realizavam fora da Casa, enquanto alguma coisa ocorria aqui no plenário da
Casa ou no Plenarinho. Por isso, Srª Presidente, ao prestar minha solidariedade,
eu faço esse alertamento, para que a precocidade com que se busca marcar essas
reuniões não venha, a médio e longo prazo, criar um problema sério para a
normalidade dos trabalhos legislativos da Casa.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete
Moraes): Em votação o
Requerimento nº 005/04, de autoria do Ver. Beto Moesch. Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidente, para colaborar, V. Exª
colocou em votação e não pronunciou que foi aprovado o Requerimento por
unanimidade. Isso é necessário para evitar problemas futuros com o Requerimento
do Ver. Beto Moesch.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes):
Obrigada, Ver. Ervino. O Requerimento nº 005/04 de autoria do Ver. Beto Moesch,
foi APROVADO por unanimidade.
Em
votação o Requerimento nº 009/04, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que
solicita período de Grande Expediente da Sessão Plenária do dia 12 de abril de
2004, para assinalar o transcurso do 10º aniversário do Shopping Lindóia.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Em votação o Requerimento nº 001/04, de autoria do Ver. João
Bosco Vaz, que solicita período de Grande Expediente da Sessão Plenária do dia
25 de março de 2004, para assinalar o transcurso do 25º aniversário do
Movimento de Justiça e Direitos Humanos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, eu só vou registrar uma
preocupação. Nós estamos pedindo para que seja utilizado o Grande Expediente, e
se modificarmos o Regimento Interno, provavelmente teremos alguma dificuldade.
Talvez fosse conveniente, mesmo que aprovado, conversar com os Srs. Vereadores
que fizeram as proposições para que utilizassem o período de Comunicações e não
o Grande Expediente. Mas, de qualquer forma, tem o meu voto favorável.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes):
Obrigada; aceita a sua sugestão.
Requerimento nº 003/04 de
autoria do Ver. João Bosco Vaz, que solicita período de Comunicações da Sessão
Plenária do dia 5 de abril de 2004, para assinalar o transcurso do 75º
aniversário do Grêmio Náutico Gaúcho e do 60º aniversário do Teresópolis Tênis
Clube e do Clube Farrapos. Em votação. (Pausa.)
O SR. REGINALDO PUJOL: O Requerimento pede que se faça uma
Sessão homenageando conjuntamente essas duas entidades, o Teresópolis e o
Gaúcho?
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Solicita período de Comunicações da
Sessão Plenária do dia 05 de abril, para homenagear as três entidades: o Grêmio
Náutico Gaúcho, o Teresópolis Tênis Clube e o Clube Farrapos.
O SR. REGINALDO PUJOL: Quem é o autor do Requerimento?
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O autor do Requerimento é o Ver. João
Bosco Vaz.
O SR. REGINALDO PUJOL: Ótimo, perfeito.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em termos regimentais, não há nada
previsto, no que diz respeito a veto.
Em
votação o Requerimento nº 003/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Passo
a presidência dos trabalhos ao Ver. João Carlos Nedel, 1º Secretário.
(O
Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em votação o Requerimento nº 002/04, de
autoria da Verª Margarete Moraes, que solicita período de Comunicações da
Sessão Plenária de 29 de março, para assinalar o transcurso do 40º aniversário
do Atelier Livre da Prefeitura Municipal. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. APROVADO
por unanimidade.
(A
Verª Margarete Moraes reassume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada. Em votação o Requerimento nº
211/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que solicita Sessão Solene no dia 23
de abril de 2004, para assinalar o transcurso dos 50 anos da Feira do Livro de
Porto Alegre. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Encerrada
a Ordem do Dia.
Retornamos
às Comunicações.
O
Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações.
O SR. RAUL CARRION: Excelentíssima Verª Margarete Moraes,
primeira Presidenta desta Casa, nossa saudação também ao Ver. João Carlos
Nedel, que assume a 1ª Secretaria nesta Sessão, e aos demais Vereadores,
Vereadoras e a todos que hoje nos acompanham. Em primeiro lugar, nós queríamos
registrar, aqui, o aniversário da Escola de Samba Imperatriz Dona Leopoldina,
que transcorreu no dia 05 de janeiro, nessa segunda-feira, e que estará
realizando, na noite de hoje, na sua quadra, às 21 horas, a festa pelo seu
aniversário, Escola, inclusive, da qual nós participamos, e que saudamos, aqui,
nesta ocasião.
Em
segundo lugar, nós queríamos registrar e parabenizar o Governo Federal do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pela Comissão Interministerial por ele
criada, para tratar sobre medidas que facilitem o acesso dos afro-brasileiros
às universidades públicas. Essa Comissão, que já se encontra em funcionamento,
está sugerindo a edição de uma Medida Provisória que autorize as universidades
públicas a instituírem cotas para os afro-brasileiros, para enfrentar essa
grande discriminação que historicamente se constituiu no nosso País. Isso vai
afastar uma das dificuldades que as autoridades universitárias do nosso País
têm tido para tomarem iniciativas nesse rumo, tendo em vista que poderiam ser
geradas disputas jurídicas em torno da questão. Com essa possível Medida
Provisória sugerida nós daremos um importante passo nesse caminho. Aliás, esta
Casa tem, também, tomado importantes decisões, como fez, no ano passado, com as
cotas para os concursos públicos municipais. É mais uma iniciativa do Governo
Lula nesse campo, aliás, um Governo que tem quatro Ministérios ocupados por
afro-brasileiros: o Ministério da Cultura, com Gilberto Gil; os Ministérios da
Marina da Silva, da Matilde e da Benedita. Portanto, um Governo que tem
mostrado sensibilidade nesse campo.
Aproveito,
Ver. Zé Valdir, para me somar ao seu pronunciamento com relação à preocupação
com a questão da segurança. Talvez o debate nesta Casa com a participação da
chamada Oposição, consigamos sensibilizar as autoridades estaduais para medidas
mais eficazes, porque a questão da segurança, realmente, está extremamente
grave em Porto Alegre e em todo o Estado. E para aqueles saudosistas do
Fernando Henrique, que se manifestaram aqui, aliás, soldadinhos do passo certo, porque, em Porto Alegre,
sucessivamente, a população sempre aprovou o trabalho da Administração Popular,
e, em nível nacional, 76% apóiam o Governo Lula. Mas é bom lembrar aos soldadinhos do passo certo, que estão
sempre contra o povo, remando contra a maré - parecem a antiga UDN -, que,
quando o Governo Lula assumiu, a inflação deste País passava dos 25%, lembrar
que o dólar estava já chegando aos quatro reais, lembrar que os juros deste
País eram de 26%, tendendo a crescer, lembrar que a dívida pública do Governo
Fernando Henrique, que era de 660 bilhões de reais, já chegava a um trilhão,
Ver Zé Valdir! - números que somos incapazes de prever com a nossa imaginação,
e que o risco-Brasil já era 3.000.
E
diziam as aves agourentas que, com o Governo Lula, até março, o País estaria no
caos. Hoje, nós temos o risco-Brasil em menos de 500, a inflação está em 9%, o
dólar está cotado em dois reais e oitenta centavos. Segundo os dados do próprio
DIEESE, o custo médio da cesta básica ficou, em média, próximo a 6% - inferior
à inflação de 9%.
Então,
nós queremos afirmar aqui que não temos nenhuma saudade do Governo entreguista do Fernando Henrique. Aliás,
o Brasil, no Conselho das Nações, Verª Clênia Maranhão, dá o exemplo para um
mundo de soberania. Um País que se posicionou contra o império do Norte, contra à agressão ao Iraque; que, hoje, agrupa ao
seu redor mais de vinte países do mundo, criando o Grupo G-21, dentre eles, a
China, a Índia, a Rússia, a América Latina; que fortalece o Mercosul, afirma um
Governo soberano, e todos os indicadores são de que agora foi arrumada a casa - que nos foi entregue
destruída pelos Governos neoliberais –, afirma a perspectiva de desenvolvimento
nacional.
E, inclusive, Verª
Margarete Moraes, nos faz vicejar até no Judiciário medidas soberanas, como a
do juiz que determinou que os cidadãos americanos sejam identificados ao
adentrar neste País, para ter o mesmo tratamento que o império do Norte, arrogante, faz com os países do terceiro mundo,
tratando-os como terroristas, obrigando que o brasileiro que lá chega seja
identificado. Eu pergunto: Qual é o atentado terrorista que houve aqui no
Brasil, Ver. Zé Valdir? O nosso País é de harmonia, com seus problemas sociais,
evidente, com as suas lutas, mas onde, democraticamente, nós tratamos os
problemas. Os terroristas estão nos Estados Unidos! Não aqui! Lá é que estão os
atentados! Estão os massacres às escolas públicas! Os assassinatos: três
milhões de presos, apodrecendo nos cárceres dos Estados Unidos! Mais de mil
brasileiros detidos lá, porque ingressaram ilegalmente. Portanto, não são os
nossos países que são massacrados pelos norte-americanos que têm de ser
discriminados e sujeitos a constrangimentos, como hoje eles fazem. Mas por que
no Brasil é possível, hoje, um Juiz tomar uma decisão simbólica tão importante?
Porque são novos tempos, foi virada uma página da História deste País, de
entreguismo! Está aí a Parmalat, agora, quebrando e ameaçando os pequenos
produtores do leite. Por quê? Por causa da desnacionalização da economia
brasileira nos tempos de neoliberalismo, quando as empresas nacionais foram
vendidas, porque a adoração das multinacionais passou a ser, naquele período
trágico, o mote deste País. Está aí a AES, que comprou as grandes produtoras de
energia neste País com o dinheiro do BNDES, caloteando do BNDES, tendo que ser
feito, agora, um acordo em nível nacional.
Então,
queremos dizer ao Ver. Reginaldo Pujol, que nos antecedeu aqui, que não temos
saudades desses tempos de entreguismo, de liquidação dos direitos do povo
brasileiro, de privatizações, de miséria, que nós herdamos. E nós vamos
corrigir esse rumo, mas não nos cobrem no primeiro ano. O primeiro ano gastamos
para arrumar a casa, que nos
entregaram demolida, como tapera incendiada. Mas neste ano e nos outros anos,
certamente, o Governo Lula será - ou ele ou um outro candidato eleito - o rumo
de um Brasil livre, soberano, democrático e mais justo. É esta a mensagem que,
nesta primeira Sessão do ano, a Bancada do Partido Comunista do Brasil, por
este pronunciamento, quer deixar registrada nos Anais desta Casa. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Tendo em vista que esta Presidenta desistiu
do seu tempo, o Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
pela primeira vez, neste ano, ocupo esta tribuna, também tendo sido eleito 1º
Secretário da Mesa Diretora; portanto, é com muita honra que me dirijo ao
Plenário e aos telespectadores do canal 16. Tive a oportunidade de proclamar
dois vetos do Sr. Prefeito à Lei do ISSQN - Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza - aprovada por esta Câmara nos últimos dias de dezembro. Os vetos
retiram a isenção dada à PROCERGS, que é um órgão público estadual, quando esta
Casa quis fazer uma equalização àquela instituição, no que refere à isenção que
tem a PROCEMPA, que também é um órgão público. Mas o Sr. Prefeito houve por bem,
ou por mal, vetar. Acredito que esta Casa irá derrubar o Veto, porque nós
devemos ser justos; isenções iguais e não diferenciadas. O outro item vetado na
Lei do ISSQN é a Emenda do Ver. Isaac Ainhorn que define claramente a
diferenciação entre aluguel de boxe de estacionamento e estacionamento por
hora, por tempo determinado. A Lei diz que aluguel é isento, mas estacionamento
é uma prestação de serviço e, portanto, tributado. O Sr. Prefeito vetou,
deixando tudo tributado - o que não está correto. Esperamos que esta Casa
também retire o Veto do Sr. Prefeito.
Eu
estou muito preocupado com as dificuldades financeiras do Município, alegadas,
e, pelo menos, demonstradas na prática. Houve - e o Ver. João Antonio Dib sabe
muito bem - uma retenção de valores do Executivo para o Legislativo, que trouxe
vários problemas administrativos para esta Casa. Há um atraso generalizado aos
fornecedores. Informaram-me que há um atraso também para a COOTRAVIPA, que está
tendo de dispensar os seus associados que prestam serviços de limpeza e
varrição das ruas. Há atraso para as empreiteiras, eu sei que há atraso desde
maio – vejam! -, sete meses de atraso para empreiteiras de obras do Município,
e por isso estão paralisadas. Há atraso a prestadores de serviço do transporte
do lixo, e, em breve, o transporte do lixo será também paralisado. Esperamos
que, finalmente em 2004, esses atrasos venham a ser ajustados, porque trazem
prejuízos à comunidade.
A ponte
do Arroio do Salso está praticamente concluída, mas a empresa que a está executando
não recebe desde maio. O terminal rodoviário da Restinga está lá paralisado, a
empresa quebrou porque não recebe da Prefeitura; abandonou a obra e quebrou.
A sede
da FASC, aqui na Av. Ipiranga, está com as obras paralisadas, totalmente
abandonadas, nem guarda há na obra; há somente um guarda municipal que lá está.
A FASC está numa sede muito pequena, isso traz prejuízos à sua atuação e, por
conseqüência, prejuízos à comunidade.
O
Centro de Eventos Tradicionalista do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho também
está a passos lentos, praticamente abandonado.
Vejam
quantos prejuízos esses atrasos trazem às comunidades. As obras prometidas no
chamado Orçamento Participativo, desde 2000 há algumas que não vem sendo
realizadas: 2000, 2001, 2002, 2003 nem se fala. E já iniciamos 2004, já
deveriam ser iniciadas as obras de 2004. E o povo normalmente está esperançoso,
mas está desenganado pelo Orçamento Participativo, porque vê as suas demandas
não sendo atendidas desde o ano de 2000.
Eu
estive há alguns dias em Brasília. Fui lá assistir ao nascimento das minhas
duas netas, a Ana Clara e a Vitória, que nasceram no dia 1º de janeiro. Vieram
dar muita alegria à minha família e a este avô. E em Brasília pude ver o grande
trabalho que está sendo feito para tirar de Porto Alegre o lugar de destaque no
turismo de eventos, no turismo de negócios, no qual Porto Alegre tem um lugar
de destaque. Pois Brasília está investindo e investindo muito no turismo de
eventos, no turismo de negócios. Está ampliando o seu centro de eventos e
feiras, o seu centro de convenções, que fica no eixo central de Brasília; esse
está tendo uma ampliação considerável, ou seja, está tendo investimento.
O que nós vemos aqui em
Porto Alegre em contraposição? Nada sobre turismo, absolutamente nada. Nós
temos a beleza do Santuário da Mãe de Deus, Padroeira de Porto Alegre, cuja
festa celebramos no dia 1º de janeiro. Está lá o Santuário magnífico concluído
e o acesso de 500 metros, está prometido no Orçamento Participativo de 2001 –
500 metros – e não é feito. Está lá, abandonado! É uma tristeza! Enquanto isso
o turismo está paralisado. Nada no nosso grande lago Guaíba, nada em outros
centros de atrações turísticas - os nossos morros, as nossas ilhas, as nossas
pedreiras -, nenhum investimento, nada! Há três anos, Verª Clênia Maranhão, nós
aprovamos aqui nesta Casa um plano de turismo que exigia que fosse constituído
o Conselho Municipal de Turismo. Há três anos a Lei está aprovada, e o Prefeito
ainda não constituiu o Conselho! Não constituiu o Fundo Municipal de Turismo.
Nada! É uma vergonha! Nós não estamos nem engatinhando, nós estamos
imobilizados no turismo, um setor que gera emprego e renda.
Eu
queria pedir, que neste ano de 2004 a população de Porto Alegre tenha
diminuídas as suas dificuldades com relação ao emprego, que a gente enfrente o
problema das drogas, e que possamos ter um ano, realmente, de paz, de
progresso, de desenvolvimento.
Que
Deus continue abençoando os habitantes desta Capital em 2004, e sempre! Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra em Comunicações. É a sua primeira comunicação após deixar a presidência
da Casa.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes;
Srª Verª Clênia Maranhão; Srs. Vereadores; meus senhores e minhas senhoras,
antes de qualquer coisa, eu quero dizer que nunca mudei nos últimos 15 anos; eu
sempre fui um homem de oposição. De oposição algumas vezes em que outros
Vereadores, que deveriam estar na Oposição, não estiveram. Eu nunca mudei, eu
sou um homem de convicções.
Mas
eu quero dizer ao meu amigo Zé Valdir que não somente foi esquecido, não foi
notado, pelo menos pelos demais Vereadores, que um homem transmitia a
presidência para uma dama. Na verdade foi esquecido - eu esqueci; eu havia
feito uma anotação - que 2004, na forma da Lei nº 10.745, de 09-10-03, é o ano
da mulher brasileira. E nós iniciamos o ano da mulher brasileira em Porto
Alegre, levando à presidência a nobre e querida Verª Margarete Moraes.
Mas
volto ao meu pronunciamento do dia 5. Eu dizia que eu sou um homem simples.
Realmente, sou um homem simples. Eu dizia que as funções, os cargos, as pompas
do mundo nunca me seduziram. Eu dizia que a coerência, a verdade, a honra e a
dignidade, essas, realmente, estavam presentes nos meus atos. E é assim que eu
procurei viver a vida toda.
Eu fui
criticado no meu pronunciamento por não usar o plural majestático. Eu deveria,
talvez, dizer: nós estamos renunciando à presidência; não, era eu que renunciava;
quando eu falei da minha renúncia, eu tinha de falar no singular, não havia
outra maneira de falar. Mas eu fui criticado.
Eu fui
lembrado pelo mau humor que preside os meus atos. Todos aqueles que me
conhecem, que me encontram nos corredores, que me encontram nas ruas, que me
encontram pelos cantos da Cidade - que eu gosto de palmilhar -, sempre me
encontram sorrindo. Talvez outros nas mesmas condições não sorrissem, mas eu
sorrio sempre, porque eu sou um otimista, porque eu acho que amanhã vai ser melhor
do que hoje, porque eu acho que o meu semelhante não tem nada a ver com os meus
problemas. Então, eu sorrio. E, evidentemente, eu não consigo sorrir perante a
má-fé e a injustiça. Aí, realmente, é possível que eu me torne um homem de mau
humor, especialmente quando se faz injustiça em relação aos meus semelhantes.
Eu sou tão bem-humorado que, no dia 13 de dezembro do ano que passou, eu
convidei todos os Srs. Vereadores, todos os meus colegas - em convite, por
escrito - para que participassem de um jantar que eu ofereci, e a maioria, para
a minha felicidade, lá compareceu, e acho que todos estavam bem-humorados,
inclusive eu.
Mas eu dizia que não tenho
nenhuma sedução, nada me seduz em matéria de cargos. Mas sou um homem de
convicções; sou um homem de coerência; sou um homem que acredita no que assina;
sou um homem que acredita no que afirma. Quando se instalou esta Legislatura,
se eu gostasse de cargos, se eu fosse seduzido por cargos, eu me manteria
igual, aceitaria a injustiça, aceitaria a incoerência.
Nós
nos reunimos e fizemos um acordo administrativo para eleger o Ver. Luiz
Fernando Záchia, o que foi cumprido. No ano seguinte, nós elegeríamos um
representante do PT. Bom, aí não deveria ser cumprido; aí o Ver. João Antonio
Dib ficou de mau humor! Reagiu, não aceitou e se afastou do tal acordo que ali
havia.
Se eu
gostasse de cargos, eu seria o Vice-Presidente da Casa em 2002, eu seria o
Presidente em 2003 e eu seria o Presidente da Comissão de Economia e Finanças
este ano; é o que estava escrito lá. Mas eu não gostava de não cumprir com a
minha palavra; portanto, eu tinha de me afastar. Volto, depois de ter assumido
a presidência, ao meu lugar, com a mesma tranqüilidade, com o mesmo bom humor,
com a mesma seriedade, com a mesma responsabilidade e com a mesma coerência com
que eu sempre ocupei aquele lugar. Mas, sobretudo, com a tranqüilidade de poder
olhar os meus semelhantes: se compararem o que eu disse no passado com o que eu
digo hoje, verão que eu disse sempre a mesma coisa.
Mas
eu também sou um homem atento, e, como eu gosto da vereança – para que ninguém
fique bravo, então: eu gosto da vereança, e gosto muito –, faz-me acompanhar
pronunciamentos que ouvi aqui naquela segunda-feira em que transmiti o cargo e
em que agradeci a todos aqueles que me ajudaram, sem nenhuma exceção, algumas
Comunicações de Liderança no dia 11 de janeiro de 2000. Um dos Vereadores que
aqui vieram alardeou, fez tremendas comunicações, e disse assim (Lê.): “O
acordo desenvolvido em relação à Mesa Diretora desta Casa durante esses 4 anos
foi um acordo de natureza administrativa e que conduziu o destino desta Casa
por responsabilidade, com exação, com espírito público”. E eu, com bom humor,
ouvi o discurso dele, mudado quando se referia à minha pessoa. Dizia ele mais,
assim: “Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, encerramos, em nome do
nosso Partido, um período presidindo essa Casa, mais uma vez entregando, nesse
momento, por decisão soberana e responsável, ao novo Vereador que integra a
Bancada do Partido dos Trabalhadores”. Agora, quando o João Dib, cumprindo o
acordo, honrando a sua palavra, fez, e aí tinha de ser agredido.
Outro
Vereador aqui também fez grandes afirmações - são dados da Câmara Municipal, eu
nunca faço ilações, eu nunca faço afirmações injustas nem desonestas – (Lê.):
“Nossa Bancada, os nossos Vereadores, queremos dizer que nos orgulhamos muito
em poder participar deste acordo administrativo nesta Casa, mas, apesar de
sermos Vereadores da Oposição, conseguimos fazer com que a nossa participação
neste acordo administrativo da Casa se dê, esquecendo as nossas diferenças
ideológicas e as nossas posições de opositores. Estamos plenamente satisfeitos
com o acordo que foi realizado, mas todos nós que fazemos parte desta
Legislatura, orgulhamo-nos de ter cumprido tintim por tintim todos os itens
deste acordo administrativo”. Agora, quando se falava do João Dib, a coisa era
muito séria, não era a honra, a dignidade, a coerência e a verdade que
presidiam os atos daquele Presidente.
Dizia
outro Vereador que aqui usou a tribuna: (Lê.): “Será um ano marcado pela
sucessão Municipal - ele alertava, e dizia mais o nobre Vereador – “... o
estabelecimento de uma Mesa plural que pudesse ter na sua constituição o máximo
de representação político-partidária na sua constituição”. É o que hoje também
se consegue por outros caminhos, mas, da mesma forma, eu fico feliz, porque
isso ocorreu. Será que havia alguma restrição com o mal-humorado Ver. João Dib,
um Vereador que fala na primeira pessoa do singular, quando deve falar na primeira
pessoa do singular? Eu não acredito. Mas eu disse: o Vereador João Dib não
estava obcecado por cargos, o Presidente João Dib não teve no seu gabinete
servidores novos, trouxe-os do gabinete do Ver. João Dib, porque não nomeou
ninguém no seu gabinete. O Ver. João Dib não nomeou duas altas funções,
extinguiu dois serviços da Casa. Poderia fazer a nomeação daqueles dois cargos
que foram fotografados quando da sua criação, mas, de qualquer forma, o
Vereador vai continuar bem humorado, vai sorrir para os seus semelhantes, vai
poder sair nas ruas da Cidade e ser acolhido com o carinho que é acolhido
sempre, porque realmente respeita os meus semelhantes. Eu sou um homem da
verdade. Perdoe-me, Srª Presidente, na primeira vez que ocupo a tribuna na sua
presença já passei do tempo e não é o meu hábito, mas, de qualquer forma feliz
Ano-Novo para todos. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.
O Ver. Ervino Besson está
com a palavra em Comunicações.
O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes,
1º Secretário, Ver. João Carlos Nedel, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, eu queria saudar a todos.
Queria dizer à Vereadora-Presidente, Verª Margarete Moraes, que pode, de uma
forma muito tranqüila, contar com a colaboração deste Vereador; eu não falo em
nome da Bancada, mas tenho a certeza de que V. Exª terá o apoio também da
Bancada do meu Partido, do PDT. Acho que a Cidade espera, porque temos uma
responsabilidade com esta Cidade, e nós temos de mostrar por que nós fomos
eleitos, o trabalho que vamos fazer em prol do nosso povo, da nossa Porto
Alegre.
Mas
no dia 8 de agosto de 2003 o Prefeito Municipal, Dr. João Verle, sancionou a Lei
que foi aprovada por esta Casa, praticamente pela unanimidade dos Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, que é a Lei nº 9.189. A Lei deste Vereador diz
que ficam os estabelecimentos comerciais e similares obrigados a fixar cartazes
contra a propagação da leptospirose. E eu vou ler para os colegas Vereadores,
talvez alguns já tenham recebido, porque é um e-mail, que eu recebi de uma cidadã desta Cidade, que é a Clarice
Foppa. Só para os Srs. Vereadores estarem cientes e também as pessoas que nos
acompanham pela TVCâmara, da importância da Lei sobre os cuidados que as
pessoas devem ter quando vão ingerir refrigerantes ou cervejas nas latas. Diz o
e-mail da Clarice Foppa (Lê.):
“Alerta geral. Morreu Orlando, brilhante advogado e pai da modelo Daniela. Ele
tinha uma casa e uma lancha em Angra. Ao sair na lancha com amigos, em um
domingo, levou na geladeira da embarcação, latas de cerveja e refrigerante. No
dia seguinte, segunda-feira, estava internado na UTI e, na quarta-feira, veio a
falecer. Ele era um atleta exemplar, adorava a vida, que vivia com intensidade.
O exame cadavérico atestou leptospirose fulminante” – vejam V. Exas. – “o exame
cadavérico atestou leptospirose fulminante contraída na lata de cerveja que ele
havia tomado, sem copo e sem canudo, no barco. O exame das latas atestou que
estavam infectadas de urina de ratos, conseqüentemente de leptospiras.
Muito
cuidado! Aviso aos consumidores de bebidas em latas: toda vez que comprar uma
lata de refrigerante ou cerveja, tome muito cuidado. Lavar a parte de cima com
água corrente e sabão, e, se possível, use canudos. Aqui em casa é obrigatório
lavar as latas com desinfetantes, mesmo antes de colocá-las na geladeira.
Uma
amiga da minha família morreu depois de beber uma soda na lata. Provavelmente
ela não tenha limpado a parte superior da lata antes de beber. A lata estava
suja com urina de rato seca, que contém substâncias tóxicas e letais. Inclusive
leptospiras, causadoras da leptospirose.
Bebidas
em latas e outros alimentos enlatados ficam guardados em armazéns e em outros
diversos tipos de locais que geralmente estão infectados de roedores, e
posteriormente são transportados para os locais de venda, sem a devida limpeza.
Complementando, uma pesquisa do INMETRO confirmou que a tampa das latinhas de
refrigerantes, cervejas ou sucos é mais poluída do que um banheiro
público". Vejam V. Exas, repito: "... uma pesquisa do
INMETRO confirmou que a tampa das latinhas de refrigerantes, sucos ou cervejas
é mais poluída do que um banheiro público. Segundo essa pesquisa, a quantidade
de vermes e bactérias é tão intensa que eles sugeriram que lavassem as latas,
as tampas com água, inclusive com sabão. Fábio Lopes Olivares, Setor de
Citologia Vegetal, Laboratório de Biologia Celular e Tecidual, Centro de
Biociências, e Biotecnologia, Universidade Estadual do Norte Fluminense".
Portanto, vejam, V. Exas., os cuidados que as pessoas devem ter. A Câmara
aprovou esse Projeto que já é Lei, como já disse, que foi sancionada pelo
Prefeito na nossa Cidade, Dr. João Verle, que é a Lei n.º 9.189.
O Sr. Zé Valdir: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Ervino Besson, eu quero parabenizá-lo por esse pronunciamento
que V. Exª está fazendo, que eu considero de utilidade pública. Acho que este é
um tema fundamental, acredito que deveria haver uma lei - que não compete a
nós, evidentemente, mas ao Congresso Nacional - obrigando os fabricantes a
colocarem essa advertência nas latas de refrigerantes e de cervejas, e até
mesmo nos espaços daquelas belas propagandas que fazem alertando a população
para que tomem esses cuidados. No mais, quero, novamente, frisar o
pronunciamento de V. Exª, é um pronunciamento importantíssimo e de utilidade
pública.
O SR. ERVINO BESSON: Sou grato a V. Exª, Ver. Zé Valdir.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Ervino Besson, eu entendo que o INMETRO deva tratar de
pesos e medidas e não de saúde pública. Talvez seja por isso que as coisas não
funcionem bem neste País. Agora, eu tenho a impressão também de que há um pouco
de terrorismo nessa afirmação que fazem alguns e que devam ter todos mil
cuidados. É bom olhar nos supermercados como é que são compradas essas
embalagens. Geralmente, são fechadas em plásticos, a menos os que compram em
unidades isoladas, mas a maioria da população compra uma embalagem com 6 ou 12
unidades fechadas em plásticos.
Então,
não dá para dizer que tem o mesmo índice de poluição que se encontram nos
banheiros públicos, mas é importante o alerta que V. Exª faz, não só hoje, mas
vem fazendo há muito tempo. Eu o cumprimento por isso.
O SR. ERVINO BESSON: Obrigado. Quero dizer a V. Exª que hoje
a gente encontra refrigerantes, sucos em qualquer local da Cidade e nas praias,
e muitas pessoas não têm sequer o mínimo de cuidado. É um alerta.
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Sugestão para o ilustre Vereador: consultar a Sociedade de
Infectologia da Associação Médica do Rio Grande do Sul a respeito de um assunto
tão importante como esse, para ver quais são os dados estatísticos, quais são
os dados científicos.
A linguagem que essa
pessoa usou não é uma linguagem médica. Ela pode estar com toda a razão, isso
não pode ser posto de lado, mas tem de ter algum compromisso científico, para
depois, então, alertar a população. Não pode ser gerado pânico em torno de um
assunto que é importantíssimo e que temos de ter todo o cuidado.
O
seu pronunciamento é perfeito, apenas dou essa sugestão: se fazer uma
correspondência para o Presidente da Sociedade de Infectologia do Rio Grande do
Sul, porque ele lhe dará subsídio mais forte, mais autorizado.
O SR. ERVINO BESSON: Trarei, aqui, no decorrer deste ano,
mais dados sobre o assunto. Alguns Estados estão tomando outras medidas para
que as pessoas tenham cuidado ao ingerir as bebidas em latas.
Só
quero dizer ao Ver. João Antonio Dib que acho que o INMETRO é um órgão que atua
com a maior responsabilidade, desenvolve um trabalho com muita competência; sei
porque fazia um trabalho junto com o INMETRO, quando fui diretor da CEASA.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra em Comunicações.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidente, Srª Vereadora, Srs.
Vereadores, esta reunião de hoje tem importante significado, porque é a
primeira Reunião da Comissão de representação do Parlamento porto-alegrense em
2004. Na avaliação que temos, acho que o início de um trabalho parlamentar tem
de ser pautado em cima das prioridades da sociedade que representamos.
Por
isso, causou-me estranheza algumas intervenções de alguns Vereadores que me
antecederam. A sensação que tinha, ouvindo alguns Vereadores, é que eles
achavam que não estavam em 2004. O Ver. Zé Valdir, por exemplo, ocupou a quase
totalidade do seu tempo para fazer uma discussão sobre o Governo Britto e o
Governo Olívio.
A
que eu saiba, o Governador do Rio Grande do Sul, em 2004, é o Governador
Germano Rigotto e acho que as decisões políticas do Estado têm de ser pautadas
por quem tem a responsabilidade da gestão pública neste momento. Então, eu acho
que esse debate, Vereador, na minha avaliação, está com data vencida. A nossa
responsabilidade é olhar para o futuro, porque temos a responsabilidade de
fazer coisas propositivas.
A
segunda questão que me causou estranheza foi a intervenção do Ver. Raul
Carrion, que, aqui, na sua primeira intervenção, agride os Vereadores dizendo
que os Vereadores são autoditos oposição. Eu não sei qual é a compreensão do
Vereador do papel de oposição.
Eu
recebi a delegação do povo de Porto Alegre em um mandato de oposição. Essa é a
minha responsabilidade. Porém, eu acho que o papel da Oposição não é votar 100%
contra uma decisão do Executivo, pelo fato de você ser um Vereador de um outro
Partido. A nossa responsabilidade é de votar os interesses da Cidade, o
compromisso com a população de Porto Alegre.
Eu
também estranhei, com toda a franqueza que me é peculiar, a intervenção do Ver.
João Antonio Dib, que também teve um problema de agenda. Era como se ele
estivesse entrando em 2003. Eu acho que a gestão 2003 se encerrou. Iniciamos um
novo período de gestão nesta Casa, e só faltou uma coisa nos seus dez minutos
de auto-elogios: V. Exª dizer que era modesto.
Então,
eu penso que nós temos de, neste momento, sugerir ao conjunto deste Plenário
que façamos do debate desta Casa um debate propositivo na construção de um
Município mais justo e igualitário, com as nossas divergências que temos, sim,
e que temos todos o direito e a responsabilidade de expressar.
O Sr. Zé Valdir: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Eu queria fazer uma correção, eu não falei no Governo Britto,
poderia ter falado, porque ele desmontou a Segurança com o PDV, na Brigada
Militar, mas não falei. Divirjo de V. Exª dizendo que o debate está superado.
Não, eu falei do Governo Rigotto que está apenas no primeiro ano de Governo,
tem mais três anos e a Segurança está um caos em Porto Alegre. E se dizia que
toda a culpa era do Olívio e do Bisol; se dizia isso aqui nesta Casa. Vossa Excelência,
inclusive, fazia pronunciamentos desse tipo. Os que hoje são Oposição ao
Governo Municipal faziam pronunciamento desse tipo, dizendo que a culpa era do
Olívio e do Bisol. O Governo Rigotto entrou, está apenas no primeiro ano e a
Segurança está um caos, e hoje se ameaçam as lideranças comunitárias, coisas
que não aconteciam. O tema é atual, sim. O Governo Rigotto está acontecendo
agora, neste momento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: O Governo Rigotto é atual; o Governo
Lula é atual; o Governo Verle é atual e a gestão desta Casa, também, em 2004.
Tem de tratar os temas da atualidade, na minha avaliação. Eu quero que V. Exª
respeite a posição que eu tenho, eu penso que isso é importante.
E
eu espero que em 2004, nós, nesta Casa, inclusive, enfrentemos a aplicação real
do Estatuto do Idoso e que os nossos idosos não sejam mais confinados em quatro
bancos da frente dos ônibus, porque eles são obrigados a entrar pela porta
dianteira, enquanto aqueles que pagam têm direito a ocupar qualquer vaga dentro
dele.
O
que eu espero em 2004, Vereador, é que a famosa e infeliz história da entrada
de Porto Alegre, que há 16 anos nós temos a esperança de ver resolvida, enfim,
seja resolvida!
Eu
vi naquele programa de propaganda do Executivo Municipal, chamado Cidade Viva,
que vão construir 14 mil casas; mas, eu ouço isso há 16 anos! Agora, o que mais
me espantou foi que no Cidade Viva, na propaganda oficial do Governo, diziam
que eram 14 mil casas. O Líder da Bancada do PT, na plenária passada, disse que
eram 3 mil. Eu acho que isso é uma questão grave para ser discutida em Porto
Alegre.
São
3 mil famílias que vão ter, enfim, direito a uma habitação digna ou é igual a
propaganda que fala sobre 13, 14 mil casas, que está na televisão para todos os
gaúchos verem?
Eu
penso que a expectativa que nós temos em 2004 é que, enfim, Ver. Sebenelo,
aquele anexo do HPS funcione, para que as pessoas que morrem nas emergências do
HPS possam ocupar uma sala com dignidade. Afinal de contas, faz três anos que
nós, Vereadores, autorizamos o Executivo a conquistar aquele empréstimo do
FONPLATA para construir aquela obra.
Acho
que essas são questões reais, que devem ser levantadas não por um discurso
meramente eleitoral ou oposicionista, mas porque são problemas efetivos da
Cidade, da área da abrangência da nossa atuação e que nós temos a
responsabilidade como Vereadores - afinal de contas, a questão da fiscalização
é uma prerrogativa nossa - de assumir para contribuirmos com uma solução. É
nessa perspectiva que eu acho que nós temos de levantar esses gravíssimos
problemas que nós ainda não conseguimos resolver nesta Cidade e que
efetivamente necessitam urgentemente serem resolvidos. Eu acho que neste ano é
fundamental que nós tenhamos instrumentos mais eficazes de avaliação das
políticas públicas que o Executivo Municipal está realizando ou está-se
propondo a realizar neste Município, porque nós ainda estamos impregnados ou
impregnadas no mundo público de uma avaliação generalista das políticas de
governo. Então, a proposta que eu faço para 2004 é que avaliemos com metas
concretas as políticas públicas. Será que efetivamente a política pública da
área da saúde de Porto Alegre melhorou a vida do cidadão e da cidadã das vilas
nos postos de saúde? E se não, por que não melhorou? Será que é porque a gente
não tem sido capaz de construir instrumentos de avaliação além de fiscalização
das políticas que são executadas? Será que não é papel deste Parlamento? Eu não
quero apenas transferir a responsabilidade para os outros; eu também quero que
os nós, Vereadores e Vereadoras desta Casa, pensemos que em 2004 nós temos de
fazer com que esta Casa tenha instrumentos mais eficazes de consulta à
população, para podermos avaliar se aquilo que a gente defende nesta tribuna
corresponde à prioridade das mulheres e dos homens desta Cidade.
Eu
quero saber se a política de defesa da criança e do adolescente, prevista numa
legislação maravilhosa, que é o ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente, tem
incluído nos programas de assistência as crianças das ruas, das esquinas desta
Cidade. Quero que tenhamos, além da denúncia da questão do uso de drogas, saber
se temos sido capazes no Município de Porto Alegre, por intermédio da
Prefeitura, de ter políticas de cura e de reintegração dessas crianças. Acho
que, se não tivermos instrumentos capazes para avaliar setorialmente a política
que a Prefeitura faz na área da habitação, na área da saúde, na área do
desenvolvimento, na atração de investimentos, de emprego, analisando a
responsabilidade do Poder local na busca do desenvolvimento econômico da
Cidade, nós estaremos reproduzindo um velho padrão de fazer a política. Eu acho
que nós todos – e me incluo nisso, não estou me excluindo -, temos de revisar
as nossas responsabilidades e os métodos com os quais nós trabalhamos, porque o
mundo, hoje, caminha em uma velocidade tal, que as metodologias de ontem não
servem mais como metodologia eficaz hoje. Cabe a nós uma reciclagem cotidiana,
porque, senão, estamos, na verdade, reproduzindo velhos mecanismos que não
solucionam o problema da maioria da população excluída, porque quem tem
dinheiro sempre se vira e sempre acha uma solução; agora, quem está
desempregado ou morando na periferia em condições subumanas, precisa
efetivamente de políticas que resolvam seus problemas.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Verª Clênia Maranhão.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações por permuta de tempo com
o Ver. Cláudio Sebenelo.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, primeiramente queremos
desejar a V. Exª e ao conjunto da Mesa que faça um bom trabalho a favor da
Cidade de Porto Alegre. De forma legítima, numa boa disputa com a Verª Clênia
Maranhão, V. Exª foi guindada a esta Presidência; portanto, terá da nossa
Bancada o apoio necessário para qualificar e ampliar o trabalho desta Casa.
Também queremos cumprimentar o novo Diretor-Geral que assumiu, e os que foram
confirmados e reconfirmados aqui na Casa e desejar a eles que construam uma boa
caminhada a favor do apoio legislativo e do apoio aos Vereadores. Eu lamento
que o Ver. Carrion não esteja presente. Eu acho que esta tribuna deve discutir
temas os mais amplos. É evidente que o foco principal, Ver. João Antonio Dib,
deve ser o Município, mas a Cidade não é uma ilha; ela está lincada com questões do mundo, com questões do
País e com questões do Estado.
Eu
queria, de forma muito tranqüila, Ver. Cláudio Sebenelo, responder ao Ver.
Carrion, líder coadjuvante do Governo recauchutado liberal, neoliberal,
Fernando Henrique, do Luiz Inácio Lula da Silva, dizer que o Governo do Sr.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Verª Clênia, na verdade, é um Governo que
tem um discurso para os pequenos, mas governa para os grandes. Eu aqui anotei,
querido Zé Valdir, 13 questões para reflexão desta Casa.
Eu
fui, na medida em que o Ver. Carrion foi falando, no meu banco de dados e
acessei, e vi, minha querida Presidenta, que, no ano de 2003, houve uma redução
de 15% na renda de cada brasileiro. Este é o Governo que governa para os
grandes e, portanto, diminui o salário dos pequenos. Mas o Governo do Sr. Luiz
Inácio Lula da Silva, aliás, eu quero abrir aspas aqui, eu quero cumprimentar o
Fernando Henrique, ele foi eleito, ele foi reeleito e teve a capacidade de
fazer o sucessor dele. Mas que homem competente! Elegeu-se, reelegeu-se, e fez
o sucessor! Porque o Governo é da mesma linha. Mas no ano de 2003 nós fechamos
o ano, Srs. Vereadores, com 13% de desemprego a mais do que no último ano do
Governo Fernando Henrique, mas não foi só isso não! No pior ano do Fernando
Henrique, este País cresceu 0,71%, Ver. Dib; no Governo neoliberal do Sr. Luiz
Inácio Lula da Silva cresceu 0,2% apenas no ano de 2003. Então, não há muito o
que comemorar.
Agora,
se não bastasse, Ver. Ervino Besson, o Fernando Henrique fez o PROER dos Bancos,
e eles agora fizeram o PROER da mídia, vão dar dinheiro para os donos de
jornais falidos, para poderem fazer o jogo com a mídia, para ficarem bem, para
demitirem os jornalistas que falam mal do Governo. PROER da mídia! E o povo
está passando fome! Mas eu vou mais além: o Governo daqueles que discursam para
os pequenos e governam para os grandes aumentou a arrecadação com superávit
primário de 3,75% para 4,25% em detrimento do dinheiro da Saúde, da Educação, e
disso o Ver. Carrion, líder coadjuvante do Governo, não fala. Um percentual de
3,75%, que variou para 4,75%, pagando 152 bilhões de reais à custa do sangue do
trabalhador brasileiro! E disso eles não falam. Mas eu vou lá para o 6º item.
Olha lá o que está acontecendo: não tem dinheiro para a Educação, não tem
dinheiro para a Saúde, mas tem dinheiro para os banqueiros! E disso o Ver. Raul
Carrion não fala. Mas eu digo mais: o crescimento da dívida interna está
chegando a 60 bilhões por mês neste País! Nós vamos chegar na casa de um
trilhão, logo ali na frente. E disso a Bancada Governista também não fala! Mas
eu vou mais, eu vou mais: e o aumento da carga tributária? E a COFINS, que era
de três e pouco e passou para 7%? E o Imposto de Renda, cuja alíquota disseram
que iam baixar e mantiveram? E a CPMF, que diziam que ia acabar e perpetuaram?
Mas disso a Bancada não fala. Por isso é que o contraditório é o mais
extraordinário na democracia. Falavam, meu querido Ver. Cláudio Sebenelo, no
Seguro Apagão do Fernando Henrique e, agora, estão aplicando o Seguro Apagão no
povo! Mas disso a Bancada Governista não fala. Agora, eu quero falar de uma
coisa que para o PT é muito extraordinária, que é o gigantesco fisiologismo
entre o Partido e a Liderança. Nós temos de conceder nesta Câmara um título de
freira Madre Superior para o Fernando Henrique nesta matéria. Freira Madre
Superior, porque um homem que assumiu o Poder fez escola com a velha UDN. O
Sarney perdeu para ele, por isso é que eles estão juntos, porque é de um
fisiologismo: é emenda para lá, é dinheiro para cá, é cargo para cá, nomeia
parente para lá! E disso eles não falam também.
Se
não bastasse isso, eu vou lá no caso de Santo André, a vergonhosa obstrução da
Justiça por parte do Governo, para poder tapar o escândalo financeiro de desvio
de recurso público da Prefeitura de Santo André para a campanha do Presidente
da República! E disso eles não falam, disso eles não falam, Ver. Ervino Besson,
eles não falam dos gastos com as mordomias gigantescas, com os lençóis de fios
egípcios que compram para o Palácio do Planalto! Isso é um escárnio quando o
povo passa fome neste País. E disso eles não falam. E eu quero encerrar com as
treze anotações que eu busquei no meu banco de dados. Há quarenta e nove, mas
eu busquei treze.
A
venda dos parafusos públicos. Pois agora estão vendendo o Banco do Maranhão, do
Piauí, de Santa Catarina, e vão entrar privatizações adentro. Eles dizem que é
parceria. É um nome bonito: concertação
parcerias, etc., mas isso é entrega do patrimônio. É PROER para mídia, para os
jornais, para o setor energético.
Eu
quero dizer que eu topo esse debate. E quero topar esse debate para fazer um
contraponto com o Governo Rigotto. O Governo do Rio Grande do Sul cresceu 4,7%
este ano na gestão do senhor Governador do Estado, que me honra muito de ser o
meu líder. E o Brasil cresceu 0,2%. O Rio Grande do Sul atraiu dez bilhões de
investimentos, fazendo a verdadeira inclusão social, que é trazer empregos para
o Rio Grande do Sul. Na área da segurança são 2.500 novos contratados. E eu
quero fazer esse contraponto. Não há problema nenhum. Vamos discutir lá e aqui,
lá e aqui, aqui e lá.
O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Em primeiro lugar, eu queria parabenizar V. Exª, porque, enfim,
assumiu, de corpo inteiro, a saudade do Governo Fernando Henrique. Eu me
recordo quando V. Exª – ainda existia o Fernando Henrique – fazia um discurso
aqui de ataque ao Fernando Henrique. Vossa Excelência, hoje, assumiu a defesa
do Fernando Henrique. Então, é evidente que, com o aparte, eu não posso rebater
os seus treze pontos - aliás, me parece ser uma homenagem ao Partido dos
Trabalhadores -, mas eu queria, em primeiro lugar, parabenizá-lo, e, segundo,
lembrar-lhe mais alguns méritos do Governo Lula, como a não-entrega da Base de
Alcântara, que o seu Governo Fernando Henrique iria entregar; a suspensão da
modificação da CLT, que o seu Governo Fernando Henrique estava terminando; a
não-entrega da privatização da água, que o seu Governo Fernando Henrique estava
entregando. E, doravante, eu o tratarei como grande defensor, nesta Casa, do
Governo Fernando Henrique, que nos deixou uma herança trágica de um trilhão de
dívida pública, Ver. Sebastião Melo.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Vossa Excelência não vai conseguir
colocar esse carimbo, porque o Fernando Henrique foi muito competente.
Elegeu-se, reelege-se e conseguiu fazer o sucessor dele, que é Governo de Vossa
Excelência. Os senhores estão sendo ingratos ao fazer isso com o Fernando
Henrique. Os senhores estão seguindo a cartilha do FMI e do Fernando Henrique.
Eu quero dizer o seguinte, Presidenta, eu quero dizer que nós aceitamos esse
debate, queremos fazer aqui um contraponto e defender, orgulhosamente, o
Governo do Estado do Rio Grande do Sul, que está passando a limpo essa herança
maldita: 500 milhões ficaram sem empenho para pagar; 4 bilhões no caixa único!
Aliás, eu tenho dito: depois de o PT governar, o sujeito tem de ser arqueólogo,
porque ele deixa em ruínas. Quebrou o Estado, quebrou a Prefeitura, e, agora,
alguém vai ter de ganhar a eleição para poder passar a limpo Porto Alegre. Eu
quero dizer para a oposição, seja qual for o candidato que ganhar a eleição, já
tem de fazer um curso de arqueólogo, porque a Prefeitura também está em ruínas.
Muito obrigado, Srª Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra
em Comunicações.
O SR. CARLOS PESTANA: Presidenta Margarete
Moraes, demais Vereadoras e Vereadores desta Casa, inicialmente, eu não iria me
manifestar, estava só assistindo, mas é muito difícil resistir às provocações
do Ver. Sebastião Melo. Eu me recordava de que o Ver. Sebastião Melo, quando
fez uma longa defesa da cobrança da iluminação pública nesta Casa, destacava
que, acima de tudo, era um homem de Partido e que respeitava as decisões
partidárias. Pois é, é essa coerência partidária que eu gostaria que o Ver.
Sebastião Melo tivesse quando o seu Partido está entrando no Governo Lula. É
essa entusiasmada defesa do Partido, que ele fez aqui quando defendeu a Taxa de
Iluminação, que eu gostaria de que ele fizesse do Governo Lula. Porque parece,
Ver. Reginaldo Pujol, que o Ver. Sebastião Melo é uma pessoa ingrata, porque
ele estava na base do Governo FHC e não defendia o FHC; ele está na base do
Governo Lula e não defende o Governo Lula. Isso é uma coisa fantástica, porque
ele está no Governo, mas não é Governo! Ou seja, ele não tem compromisso com
nada. Além de estar na base do Governo Rigotto e nem sempre defender o Governo
Rigotto. Lembro-me, também, de que o Ver. Sebastião Melo, quando passou,
durante muito tempo aqui, acusando a Prefeitura de Porto Alegre, de forma
equivocada, de não contribuir com as áreas irregulares no sentido de se botar
água, de se colocar uma infra-estrutura mínima. Pasmem! Para a nossa surpresa,
a CORSAN não autoriza a colocação de água nas áreas irregulares. Mas, enfim,
essa é, um pouco, a característica do nosso colega Ver. Sebastião Melo. Com a
entrada do PMDB, pode parecer uma questão fisiológica - já que o Vereador
condenou o fisiologismo - entrar no Governo e não assumir o Governo; não creio
que o Vereador vá fazer isso. Acredito que o Vereador é sério, coerente,
comprometido com as decisões do seu Partido e que, a partir do ingresso do
PMDB, que é responsável, talvez um dos maiores responsáveis pelas reformas que
este Governo está fazendo, ele também venha para a nossa base de sustentação e
defesa deste Governo. Mas também queria aqui registrar alguns pontos positivos
- para depois fazermos uma avaliação do Governo Rigotto - do Governo Lula. Acho
que aqui não foi citado que herdamos um País no qual a inflação estava em torno
de 25% e hoje se reduz a patamares bem mais baixos. Herdamos um Brasil com o
risco-Brasil, se não me engano, em torno de 900 pontos e isso caiu mais do que
a metade. Então, são elementos positivos do nosso Governo Lula. Também nessa
linha de pautarmos quem governa para os pobres ou quem governa para os ricos,
gostaríamos de destacar aquela contribuição que o Governo Rigotto deu na sua
gestão, por meio do FUNDOPEM, para os ditos pobres
como a Gerdau, 200 milhões, como a Souza Cruz, 200 milhões, que não geraram
emprego nenhum. Sobre isso, até hoje, porque já fiz essa denúncia várias vezes,
o Ver. Sebastião Melo não se manifestou. Também estava na expectativa de que o
Ver. Melo, um contumaz crítico da política habitacional desenvolvida no nosso
Município, que veio constantemente aqui criticar o número de casas - que
giravam em torno de mil na Administração Popular -, viesse falar sobre nenhuma
casa que o Governo Rigotto construiu durante todo o ano de 2003. Mas sobre isso
o Ver. Sebastião Melo não fala absolutamente nada.
Pensei
que o Ver. Sebastião Melo, tão preocupado com o servidor público, viesse falar
do verdadeiro escândalo que foi o empréstimo que o Governo fez com o Banrisul,
se não me engano, a juros de 0,8 ou 0,9% para conseguir pagar o 13º. E vejam
bem, é importante, eu acho que isso é uma trajetória do PMDB. O Britto, quando
estava no PMDB, atrasava o pagamento do servidor; acabou com a COHAB, com o
Plano de Carreira. O Rigotto, quando veio assumir, agora, o que aconteceu?
Obrigou o servidor a tirar empréstimo para pagar o 13º, não construiu nenhuma
casa em Porto Alegre! Ou seja, a lógica é muito parecida. Deu, como fez o
Britto, 200 milhões para a Gerdau, 200 milhões para a Souza Cruz. Mas sobre
isso o Ver. Sebastião Melo faz um silêncio comprometedor. Não fala
absolutamente nada.
Mas
além dessas questões há um tema que esta Casa discutiu no final do ano e que
está sendo pauta do Governo do Estado, sobre o qual eu também estou
ansiosamente aguardando a opinião do Ver. Sebastião Melo: a questão
previdenciária, a discussão do IPE, Ver. Sebastião Melo. Vou ter de resgatar os
discursos, aqui, que o Ver. Sebastião Melo fez na nossa discussão da alíquota
dos 11%. Toda aquele dura crítica, e nós estamos enfrentando a discussão do
IPE. Parece que o Governo do Estado queria ter a ousadia...! Veja, Ver.
Reginaldo Pujol, nós aqui com um Projeto que só obedecia à Emenda
Constitucional, que passava para 11%, que estava protocolada há mais de dois
meses. E o que o nosso colega Sebastião Melo veio nos dizer nesta tribuna? “Não
há tempo para discussão. Nós temos de amadurecer melhor esse tema”. E, vejam, o
Governador Rigotto quer chamar uma Extraordinária sem nenhum debate com o servidor
público, nas férias, no calor do verão, por meio de convocação extraordinária,
onerando os cofres públicos! E sobre isso também o Ver. Sebastião Melo não fala
absolutamente nada! Nada! Não sai uma palavra dessa boca sobre a questão!
Então, estou ansioso, porque nós vamos voltar a essa discussão nesta Casa; em
fevereiro, março, nós estaremos pautando aqui, de novo, a questão da
Previdência, que é uma Previdência que aqui foi aprovada, se não me engano, por
consenso do conjunto dos Vereadores desta Casa, ou por uma ampla maioria, pelo
menos, que foi construída com o conjunto dos servidores. Uma Previdência que,
com certeza, vai garantir para os servidores municipais – eu sou um servidor
municipal, e por isso também, além da preocupação partidária, tenho uma
preocupação particular, como servidor –, sim, uma aposentadoria tranqüila. Mas
quero também, paralelamente a isso, fazer a discussão do IPE, porque esse tema
da Previdência não é uma questão exclusiva do Município, agora também envolve
os Estados, a partir da Emenda Constitucional aprovada no Congresso Nacional.
Mas,
enfim, são temas que um Líder, representando aqui o Governo coração de pedra, não responde, se cala,
passa ao largo, não assume. Eu, minimamente, espero do Ver. Sebastião Melo que
ele tenha a coerência de um homem de Partido, de assumir as posições do seu
Partido, como cobra, corretamente, da nossa Bancada que a gente assuma – e a
gente assume – as posições dos nossos Governos, bem como as posições do nosso
Partido. Então, eu espero que ele assuma a posição do PMDB, que está entrando
no Governo Lula, que vai ser base do Governo Lula, e, como tal, como Liderança
do PMDB nesta Casa, eu tenho certeza de que, a partir desse momento, vai ser um
dos mais fortes defensores do Governo Lula aqui nesta Casa.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Carlos Pestana.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadores. Ver. Reginaldo Pujol, eu até entendo a Liderança Governista, a
Liderança do continuísmo aqui em Porto Alegre, querido Ver. Pestana, que
assumiu a Liderança logo ali atrás, e acho que o Ver. Marcelo Danéris,
extremamente competente, não conseguiu ainda, Ver. João Antonio Dib, passar
para ele informações corretas, a não ser que ele esteja com problemas de
memória. Mas eu creio que, na semana vindoura, ele poderá vir para um debate um
pouco mais abalizado nas questões que aqui está colocando.
Ele
vem falar de servidor! Eu vou dizer que o nosso Governo do Estado do Rio Grande
do Sul está tendo uma relação extremamente qualificada e respeitosa com os
funcionários. Os funcionários só foram mandados para o Banrisul - e aqui é
preciso dizer isto, Ver. Pujol - porque nós tivemos de pagar o furo do Governo
anterior, que antecipou a receita do ICMS. Ou alguém tem a memória curta aqui
nesta Casa? Quando o Governador Rigotto assumiu o Governo, já assumiu com as
receitas antecipadas: IPVA, ICMS e outras. O Governo anterior deixou uma dívida
de 4 bilhões de reais do caixa único; 500 milhões de reais sem empenho.
O
Governo que foi buscar dinheiro no DMAE, que botou a mão no dinheiro do DMAE
para pagar o servidor vai ter autoridade política para vir aqui? O Governo que
deixou o Estado quebrado? Quando nós fizemos um empréstimo pelo qual não tem
ônus nenhum o servidor público! E honramos todo o 13º salário, com o dinheiro
do Banco do povo, arcado pelo Governo do Estado.
Sobre
a questão da Previdência, o Partido seguidor do Fernando Henrique não é o mais
autorizado para dar opinião. Prometeram transformar uma previdência pública;
privatizaram a Previdência!
O
que o Governo do Estado vai fazer é aquilo que a regra constitucional decidiu.
Os Governos dos Estados de Santa Catarina, do Paraná, de São Paulo - aliás, São
Paulo já fez isso - vão aceitar o regramento constitucional. O que eu coloquei
nesta tribuna - e, por favor, busquem nos Anais desta Casa - é que nós não
podíamos votar antes que a Lei fosse sancionada. Foi isso o que eu disse, Sr.
Presidente. Ou, por acaso, alguém tem memória curta? Então, vamos a esse
debate.
A
questão do IPE. Nós sabemos que os governos, historicamente, não têm repassado
dinheiro para o IPE. O IPE é uma conquista do povo gaúcho, e o nosso Governo
vai fazer um projeto avançado: vai adaptar-se à questão presidencial e vai
abrir, inclusive, para os Municípios poderem agregar no plano de saúde. É disso
que nós estamos falando!
Srª
Presidenta, veja a coerência do Líder continuísta, Ver. Carlos Pestana. Ele fala
do Dr. Gerdau, que deu 500 mil reais, um milhão e pouco para a campanha do
Lula, declarado no talão de cheques. Ele tem de falar mal dele, mas é muito
ingrato! É muito ingrato! Será que ele está fazendo isso porque achou que a
contribuição foi pouca? O Dr. Gerdau é um empresário nacional, gaúcho, que
investe nesta terra como ninguém, que não recebeu nenhum privilégio. O Governo
não concedeu nenhum privilégio quando o FUNDOPEM foi readaptado, foi para
trazer investimentos, que chegam a 10 bilhões neste ano, fazendo a maior
inclusão social. Inclusão social não é dar cesta básica de graça para alguém,
para fazer demagogia!
Por
isso, Ver. Carlos Pestana, estarei nesta tribuna uma, duas, três, quatro,
cinco, seis vezes, para poder sustentar – não defender – o Governo do Estado,
que tem apoio nesta Casa, majoritariamente, porque este Governo não é um
Governo de um Partido só, é um Governo que têm vários Partidos que estão lá
avançando nesse projeto do Rio Grande do Sul e que têm assento nesta Casa.
Então, nós não estamos aqui sozinhos, mas quero dizer, com muito gosto e com
muita honra, eu estou aqui para dizer, orgulhosamente, que este Governo
restabeleceu um clima de convivência digna no Rio Grande do Sul, que havia sido
quebrado pelo Governo anterior. Nós nunca falamos que resolveríamos no primeiro
ou no segundo ano, porque a questão da Segurança Pública tem uma questão maior
como pano de fundo, a exclusão social do País. É verdade que hoje nós temos
mais policiais na rua, é verdade que hoje a polícia tem mais liberdade para
trabalhar; é verdade que nós contratamos neste ano dois mil e quinhentos, e na
área de Segurança Pública 19 delegacias – Ver. Pujol – foram abertas este ano
no Rio Grande do Sul, sendo que três na Região Metropolitana. Não reconhecer
isso é ter viseira; não reconhecer isso é fazer a política de rebaixar o
debate; não reconhecer isso é querer desqualificar um Governo que soberanamente
tem o apoio hoje de quase 70% dos gaúchos!
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Sebastião Melo, conclua
o seu tempo.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Então, portanto, a luta e a caminhada
continuam. E quero dizer a Bancada seguidora do Fernando Henrique que nós
queremos continuar este debate, de forma tranqüila, sem pessoalizar, sem
atropelar, no campo político. Agora, V. Exas. têm muita dificuldades, porque V.
Exas. estão comendo galetinho no ABC Paulista com trabalhadores e estão
governado com a catedral do capitalismo nacional e internacional!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Muito obrigada, Ver. Sebastião Melo.
O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Srª Presidenta, Vereadoras, Vereadores,
quero trazer para discussão desta Casa os últimos dados da Fundação de Economia
e Estatística, que colocou, no mês de novembro, uma redução do índice de
desemprego de 17,7% para 17,3%. Em cima desses dados é que eu quero fazer uma
análise, primeiro do mês de novembro, e comparar todo o ano.
Também
um dado interessante que a Fundação de Economia e Estatística levantou é o
crescimento médio dos salários da Região Metropolitana, que passou de 835 para
860, e quando nós observamos esses valores – bom, mas 860... –, isso é a média
dos salários da Região Metropolitana.
Em
cima disso, eu acho que é importante que no mês de novembro houve a entrada de
3 mil novas pessoas no mercado de trabalho e a criação de 10 mil postos, e isso
reduziu para 7 mil o número de desempregados. Assim, foi em cima disso que esse
ponto percentual de 4 décimos fez com que diminuísse no mês de novembro.
Um
detalhe importante, também, dentro do que foi colocado – eu acho que esse
pensamento nós temos de fazer – é que, entre as pessoas entre 25 a 39 anos, não
houve nenhuma alteração percentual em cima da relação de trabalho.
Nós
queremos salientar um dado importante que nós temos de começar a observar: a
taxa de desemprego com pessoas acima de 40 anos diminuiu 0,6%, de 10,8 para
10,2. Então, isso é algo sobre que nós temos de começar a ter um olhar
diferente, porque é a primeira vez em que pessoas acima de 40 anos da Região
Metropolitana conseguem ter uma possibilidade de ingresso no mercado de
trabalho.
Um detalhe também
importante é que o tempo médio despendido pelo conjunto dos desempregados na
procura de trabalho permaneceu igual tanto em relação ao mês anterior como do
ano anterior, ou seja, hoje, a expectativa de conseguir um novo emprego está
levando 44 semanas. Isso é um outro dado que nós queremos trazer para a
discussão: que uma pessoa, quando perde o emprego, leva, em média, 44 semanas
para conseguir um novo emprego. Agora, o dado preocupante, ao mesmo tempo em
que no mês de novembro houve uma redução, nós queremos fazer uma contrapartida,
uma verificação de novembro de 2002 para novembro de 2003, e aí a taxa de
desemprego de novembro de 2002 era de 14,8%, para novembro de 2003, 17,3%. Ou
seja, houve uma diminuição de outubro para novembro, mas, ano a ano, houve, na
realidade, um aumento substancial do índice de desemprego na Região
Metropolitana. Em cima disso, hoje, prevê-se que um milhão e 475 mil pessoas
estão empregadas na Região Metropolitana. De acordo com esses principais
setores, o que aconteceu nesse último ano? A indústria foi responsável pela
criação de 6 mil novos postos de trabalho. O comércio manteve-se estável, mas
um detalhe: o contingente ocupacional do comércio hoje é de 242 mil pessoas. Os
serviços criaram 5 mil postos de trabalho no mês de novembro de 2003. Agora,
nós vamos pegar novembro de 2002, para novembro de 2003, e aí nós vamos então
começar a notar que houve, na realidade, um decréscimo de 13 mil pessoas que
deixaram de ter novos empregos. Na indústria, houve um crescimento de 7 mil
empregos. No comércio, 4 mil empregos. Nos serviços – é aqui que eu quero falar
-, houve uma redução de 26 mil novos empregos. Ora, Porto Alegre é uma Cidade
em que quase não há indústria, são poucas as que existem. Porto Alegre é uma
Cidade que tem uma vocação de serviços, então é em cima disso que queremos
fazer a análise de que, nos últimos 12 meses, o nível global da ocupação
decresceu 0,9%, com uma redução de 13 mil postos de trabalho. Setorialmente,
foram observadas retrações em serviços. Na construção civil, de 3,3% - um
decréscimo considerável nesse segmento. Também podemos dizer que houve um acréscimo
na indústria, e aqui nós já falamos dos 7 mil, ou seja, houve um acréscimo de
2%.
Um
outro detalhe que também queremos trazer para a apreciação dos Vereadores é o
dado comparativo do ano anterior, ou seja, de novembro de 2002 a 2003,
considerando as posições na ocupação. Observa-se que a redução da ocupação
deveu-se, principalmente, a quedas no emprego do assalariado do setor privado;
3% foi a queda do setor privado. E na ocupação de segmentos de outros, vamos
ler: 4,1%. Quais são esses outros segmentos? São profissionais universitários,
profissionais autônomos, donos de negócio familiar. Então isso também é um
decréscimo significativo.
Então
em cima disso é que nós queremos fazer essa discussão com os Srs. Vereadores,
mostrar que se houve um pequeno acréscimo, ou seja, uma diminuição do nível de
desemprego de novembro de 2003, ao mesmo tempo mostra que em um ano a Região
Metropolitana perdeu 13 mil novos empregos. Isso é muito significativo,
principalmente sendo na área da construção civil, na área de serviços e
profissionais universitários, autônomos, donos de negócio familiar, setores
esses que possuem uma vinculação pertinente e específica com o Município de
Porto Alegre. Então em cima disso é que nós temos de fazer uma discussão, e
como Presidente, neste ano, da Comissão de Finanças e Orçamento, nós queremos
fazer, nesta Casa e com a sociedade civil organizada, uma discussão para nós
tentarmos determinar esses parâmetros e verificar onde estão as maiores
incidências e o porquê disso.
Como
veículo favorável, acho que nós temos de saudar, foi essa possibilidade que se
avizinha, de que pessoas com mais de 40 anos pela primeira vez estão
conseguindo emprego, ou seja, houve um acréscimo de novas vagas para pessoas
acima de 40 anos. Então nós temos de discutir, saudar isso e, ao mesmo tempo,
tentar diminuir esse percentual considerável dessas perdas de 13 mil e
verificar por que, ainda, uma pessoa que perde o emprego leva em média 44
semanas para conseguir um novo emprego, ou seja, perspectivas dramáticas para
quem perde o seu emprego, seja em Porto Alegre ou dentro da Região
Metropolitana - que é a nossa análise. Sabemos que perder o emprego nesta
situação atual é um caos, seja ele em qualquer lugar deste mundo.
Então
essa foi a nossa pequena análise, a nossa pequena contribuição para a discussão
futura, ainda neste período de Comissão Representativa. Muito obrigado, Srª
Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Carlos Alberto Garcia.
O Ver. Ervino Besson está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes,
Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores que nos assistem aqui e
pela TVCâmara, queria saudar a todos. É uma pena que o Ver. Zé Valdir não se
encontre no plenário neste momento. O Ver. Zé Valdir tem criticado, aqui,
duramente a nossa Secretaria de Segurança do Estado do Rio Grande do Sul. Pois
eu quero dizer, com muita tranqüilidade, ao Ver. Zé Valdir e aos demais
Vereadores e Vereadoras, que eu tenho acompanhado, de uma forma muito assídua,
o trabalho da nossa Secretaria de Segurança juntamente com a Brigada Militar,
com a Polícia Civil, porque eu faço parte da CONSEPRO da Vila Nova; e, como eu
já disse, acho que o trabalho do competente Secretário José Otávio Germano,
pelas condições que ele tem, está sendo um trabalho satisfatório. Eu quero
saudar a parabenizar o Secretário juntamente com a sua equipe.
Nós
temos de, aqui, criticar, sim, quando há de se criticar; mas, também, apontando
as causas da insegurança na nossa Cidade. Eu vou apontar algumas que eu anotei
aqui. O que está faltando - aí, sim, tem de se cobrar de uma forma dura – é a
integração entre os órgãos competentes.
Toda
a imprensa, de uma forma ampla, divulgou esses bárbaros crimes que aconteceram,
12 jovens adolescentes que foram assassinados de uma forma brutal. E esse
cidadão, Adriano, que foi condenado a 27 anos de prisão por ter assassinado um
motorista de táxi, fugiu do sistema prisional. Aí é que nós temos de culpar o
Estado, que tem de responder por isso. Aí cabe a responsabilidade ao Estado,
que não tem o cuidado com essas pessoas que têm de estar presas e fogem com a
maior naturalidade e conseguem assassinar 12 jovens, adolescentes. E mais, o
avô da vítima havia prendido o matador! Agora, eu pergunto: hoje, com as
condições que nós temos, será que o órgão competente não conseguiu verificar
que esse cidadão estava condenado por um crime bárbaro que ele cometeu? Ele
saiu do presídio de uma forma, como se vê aqui, muito tranqüila e conseguiu
assassinar mais 12 jovens. Isso sim tem que ser discutido: as causas da
insegurança, da criminalidade. Nós sabemos que, hoje, o nosso contingente da
Brigada Militar é muito restrito, até por falta de recursos.
Esta
Casa também tem de ter a sua responsabilidade em usar este microfone, de usar
esta tribuna de uma forma clara, também mostrar algumas soluções. Vocês são
sabedores de quantos homens do nosso contingente da Brigada Militar saem dos
seus locais de trabalho para dar segurança, para acompanhar o movimento do MST?
Vocês se dão conta de quantas pessoas são retiradas dos seus locais de
trabalho? Eles têm obrigação de dar segurança para a população, não que também
não tenham obrigação de dar segurança para essas invasões que são feitas,
porque essa gente não sabe que a Constituição é clara, que diz que o cidadão
tem direito à propriedade. E esse direito não está sendo obedecido. E há o
contingente de pessoas, de policiais, como já disse, que têm de sair dos seus
locais de trabalho para acompanhar essas invasões, essas depredações que estão
acontecendo no nosso Estado do Rio Grande do Sul.
Portanto,
eu acho que nós temos de usar este microfone, de usar esta tribuna para
denunciar quando for preciso; é a nossa obrigação. É por isso que nós fomos
eleitos. Mas, também, minha cara Presidente, nós temos a obrigação de apontar
soluções, e uma dessas soluções é a que eu apontei aqui, que é a causa da nossa
total insegurança que não só o nosso Rio Grande, o nosso Brasil está vivendo no
dia de hoje. Muito obrigado, Senhora Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Ervino Besson.
Registramos a presença do nobre Ver. Isaac Ainhorn.
Uma
vez vencida a pauta, a Ordem do Dia e o período das Comunicações, encerramos a
presente Reunião.
(Encerra-se
a Reunião às 11h54min.)
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